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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Negra sim e com muita honra!

Olá querido leitor (a)!


Sempre fui contra usar a carta do preconceito racial para minha promoção ou para justificar meus fracassos, mas existem certas situações que não podem ser ignoradas.
É bem verdade que, muitos dos que se engajam na luta contra o racismo e o preconceito, caem no erro de ver chifre até na cabeça de cavalo! Eu sempre cri no equilíbrio.

Minha história de vida daria até um Best Seller sobre o drama de ser mulher, negra e cristã no Brasil, aliás falo um pouco sobre isso nesta postagem AQUI. No entanto, quem acompanha meu blog e minha vida sabe que não falo muito sobre isso. Escolhi ser uma superadora e não uma vítima do sistema e nem das opiniões dos outros. Até mesmo porque opinião é igual bum-bum - todo mundo tem! Alguns menos outros mais, alguns belos e outros nem tanto! kkkkkkk

Deixa eu te contar um fato: Só quem é negro sabe quando está sendo tratado com racismo, só quem é homossexual sabe quando está sendo discriminado! 
Quando alguém torce o nariz pra mim por causa da minha cor, eu ignoro! Sou negra sim com muita honra! Sou mulher e sou pastora! Deus me criou desse jeitinho e eu celebro isso amando minha cor, minha vida e meu chamado todos os dias.

A gente cresce ouvindo que tudo que é preto e escuro é mau. Crescemos ouvindo que quando as coisas estão indo de mal a pior é porque estão "pretas". Nos constrangemos ouvindo piadas de "preto" (por falar nisso sei de uma super engraçada, depois te conto!rsrs). Quando alguém faz algo errado, dizem "já tá fazendo negritude". 
Isso fica encucado na nossa mente! Me lembro de um dia atravessar a rua para ir à padaria, e um motorista branco gritar, "atravessa logo, quer virar pixe!"  (pode rir! não vou me ofender!). Eu era pequena e me senti tão constrangida...
Não muito tempo atrás estava em São Paulo e ouvi, "ela é negra mas é uma gracinha". O que isso quer dizer?

Na igreja não tem preconceito racial?

Aí conhecemos o caminho da fé, começamos a ir para igreja, nos envolvemos com evangelismo e lá está o tal preconceito sutilmente disfarçado... Pensamos que a mensagem pregada de que "Deus ama à todos e todos são iguais para ele" é uma realidade em Sua família, a Igreja. 
Aprendemos e ensinamos que o pecado é "negro". Crianças vão crescendo ouvindo isso e acabam acreditando que ser negro é disvantagem e é algo ruim...

Deus é Deus de diversidade. Olhe para a natureza. Quantas cores! Quantas espécies variadas! 
Eu vejo um Deus de amor, criativo e um Deus que celebra a diversidade quando olho a minha volta.

Jesus veio para trazer igualdade à todos. No Reino de Deus não há distinção de cor e nem de gênero, não importa a sua opinião. 



Igrejas erram ao tratar o racismo de forma inadequada.
Também a igreja peca em tratar o racismo de forma errada. Existe por incrível que pareça uma tentativa de abordagem do racismo na escola dominical e no evangelismo de crianças. Existe um material da APEC chamado Bola de Neve - o menino preto. É o único material que tenho conhecimento que trata o racismo na escola bíblica infantil de forma explicita. Esse material é uma historinha com ilustrações que fala de um menino pretinho que sofreu discriminação por seus coleguinhas de classe por ser preto. Até ai muito interessante a historinha que abre espaço para uma discussão do racismo na escola dominical e bíblica. Mas a historia começa a perder o rumo: o menino é orientado pela sua mãe como lidar com aquela situação. A mãe do menino diz que para Deus não importa a cor das pessoas o que importa para Deus e a cor do coração:  “Há crianças de pele branca com coração negro, e há pessoas como eu, por exemplo, com pele escura, mas, meu coração está branco”.
A mensagem transmitida é que, para o negro ser um cristão, ele tem de ter um coração branco, ou seja, para ser um cristão verdadeiro ele precisa negar o sua cor, sua etnicidade. O resultado dessa didática é o branqueamento de muitos negros e negras nas igrejas. Se convertendo em negro de alma branca, havendo um silenciamento do preconceito por parte da criança e do cristão ao longo da vida. Coração é vermelho e não branco!


E você tem algo que venha acrescentar, criando caminhos, para a superação do racismo nas escolas dominicais e bíblicas ajudando as nossas igrejas vencer o pecado do racismo? Colabore com o seu pensamento.

Leia mais sobre a campanha contra o racismo nas igrejas clicando Aqui

Rasguei a caixa
Há muito eu saí da caixinha em que a sociedade havia me colocado e eu rasguei a caixa!
Decidi ainda adolescente ser a melhor Raquel que eu posso ser. Decidi jamais ser vítima das minhas circuntâncias. Aprendi que Deus usa o que o mundo despreza para glorificar Seu nome, assim os méritos são todos d'Ele!
Então voce aí que quer me colocar de volta na senzala... pegue uma senha e espere até eu me importar com suas opiniões!

Até a próxima!

Negra e Pastora Raquel Davis, 




Um comentário:

Erlon Andrade disse...

A verdade é que no Brasil há uma diversidade cultural. No entanto, as crianças crescem ser terem aprendido o significado da palavra, respeito.
Quando não respeitamos o nosso próximo acontece esses desvios de conduta. Ao invés de vermos as qualidades, destacamos a cor da pele.

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